os filhos dos dias cinzentos. um quotidiano vazio. o mundo visto a partir de quartos fechados (virados para o mundo).
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:: quinta-feira, maio 30, 2002 ::

ficamos, definitivamente, sem um braço. talvez o braço mais bonito e genial do cais.


mas ainda temos o resto do corpo...


... e alma... muita alma.





:: rui 00:34 [+] ::




:: sábado, maio 25, 2002 ::
um dia esquisito. -te está doente. vi-a dormir, enquanto começava a estudar estatística. -te é bela. demasiado bela a dormir. os exames aproximam-se e comecei a estudar. detesto estudar. o despertar das inseguranças e a preguicite aguda para o efeito contrariando o enorme desejo de fazer outras coisas. sei que se concretizar os meus objectivos ganho cinco meses de descanso absoluto. vale a pena um esforço suplementar. eu sei bem isso. mas apetece pouco. tenho, por vezes, saudades dos três anos em que deixei de estudar. era tão bom andar por aí.. fazer o que bem me apetecia. só que a (in)consciência pesava. doi-me a cabeça. a noite foi agradável: gravações do projecto f.r.e.i... aquele baixo está fantástico.

e o cais. uma nova canção. mondego. espero gravar a voz amanhã.

hoje voltei a cantar os sonhos falam. já tinha saudades.

(enquanto isso continuo à espera do regresso do iuri. todos sentimos muito a [tua] falta.)


ah, e cada vez gosto mais de "o amor é um fruto esquisito". mais uma canção em conjunto com o grande mário frei.





:: rui 02:09 [+] ::




:: quinta-feira, maio 23, 2002 ::

toranja. a descoberta da semana. conhecia apenas a fome (nesse sempre) da compilação da optimus e tinha gostado muito. falhei três concertos deles : vilar de mouros, por causa da chuva ; palco seis, porque já não estava em lisboa ; coimbra, há dias, porque cheguei atrasado. entre isso ouvi uma entrevista do vocalista que não me agradou particularmente. desiludiu-me um pouco, sobretudo porque me pareceu pouco natural.
na segunda à noite descobri alguns temas, por acaso, no audiogalaxy. são três canções, do concerto no palco seis: vem rastejar, a carta e teu mundo. muito bonitas, sobretudo a primeira. se a colagem do vocalista, quer na forma de cantar, quer nas letras, a jorge palma é evidente, isso acaba por não me desagradar. antes pelo contrário. gosto. gosto muito.





:: rui 15:06 [+] ::







nada nos consola, nada nos desvenda


se as luzes se apagarem
eu não vou falar
quero desenhar
a tua aurora a nascer
no brilho de um cigarro
por acender

a luta prossegue,
os passos trocados
olhares desviados,
sombras mutantes

nada nos consola
nada nos desvenda
a voz quebrada
o pano azul
a tristeza no corpo
que viaja sem rumo
no murmúrio latejante
dos nossos dedos


se os sons adormecerem
tu não vais deixar
queres sonhar
com as palavras sem nexo
e a mancha de vinho
cúmplice na carícia

a dor inacessível
as memórias suspensas
gotas de chuva
na nossa saliva

nada nos consola
nada nos desvenda
arranhas-me o sono
despes-me ao respirar
acordas-me com uma frase
sem pontos finais
no silêncio cúmplice
das nossas chamas.

nada nos consola
nada nos desvenda
nada nos consome
nada nos segura
nada nos desmama
nada,
nada,
nada
nada (em mim).







:: rui 10:31 [+] ::




:: quarta-feira, maio 22, 2002 ::



desta vez o destino não se engasgou (és tudo para mim)


os pesadelos ocupam-te
no silêncio molhado
do meu corpo suado
carregado de insónias

as palavras que me cantas
são curtas, cruas
confere-me os passos
supera-me num toque
surpreende,
suspende-me
sopra em mim
a memória ausente
de uma nuvem rasgada
que me prende
a ti

desta vez
o destino não se engasgou
desta vez
o destino não nos enganou
não, não nos esmagou

vem-me abraçar (és tudo para mim)
vem-me sorrir (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
só para mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)

afoga-te em ervas mil
no rasto perdido
das minhas pegadas
na areia cálida
no crepúsculo
de um dia de verão

os nossos reflexos
no espelho
o banho que partilhamos
uma canção,
a nossa canção,
enquanto adormecemos
na varanda
o refúgio aflito
que me prende
a ti

desta vez
o destino não se engasgou
desta vez
o destino não nos enganou
não, não nos esmagou

vem-me beijar (és tudo para mim)
vem-me tocar (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
a sangrar por mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)

o amor come-nos
na alvorada dos nossos sóis
nada por fim
no fim, por mim

desta vez
o destino não se engasgou
desta vez
o destino não nos enganou
não, não nos esmagou

vem-me abraçar (és tudo para mim)
vem-me sorrir (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
só para mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)

vem-me beijar (és tudo para mim)
vem-me tocar (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
a sangrar por mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)

no fim.







:: rui 16:04 [+] ::




:: terça-feira, maio 21, 2002 ::

considero-me um ser privilegiado.

porquê?


porque nas duas últimas semanas vi dois concertos de spiritualized.


e nunca mais vou esquece-los.




:: rui 20:03 [+] ::







soldados de veludo


há partidas,
há chegadas
os silêncios e os gritos
lágrimas e trovoadas
(incontestadas)

num instante

as palavras
enrolam sorrisos

os olhares
fecundam a paisagem

gestos
enganam a morte



somos soldados

numa guerra de escravos

perfilados no medo

de um oceano de saudades.


há partidas,
há chegadas
os ventos e as marés
rostos e silhuetas
(inacabadas)

nú (mo)vimento

os cigarros
declamam poesia

as carícias
abraçam a noite

beijos
com sabor
a veludo



somos soldados

numa guerra de escravos

perfilados no medo

de um oceano de saudades.






:: rui 13:29 [+] ::





depois de semana e meia de ausência forçada o regresso.


neste momento, com a linha da frente.


linha da frente.movimento . .. . . belo!

:: rui 00:11 [+] ::




:: segunda-feira, maio 20, 2002 ::



" é da água
e é do fogo
dos desvios e das curvas
das cargas e descargas

de repente na rua
poesia e utopia
num rasgo incompreendido

às vezes
também sou um pássaro
assobiando pelas ruas onde passo
para deixar o meu rasto
alegre e musical.

aqui
há silêncio
às vezes

outras
barulho
a mais

há movimento,
demasiado movimento

outras vezes
tudo pára .. . .. . "


(tiago gomes, movimento)







:: rui 23:17 [+] ::