um dia esquisito. -te está doente. vi-a dormir, enquanto começava a estudar estatística. -te é bela. demasiado bela a dormir. os exames aproximam-se e comecei a estudar. detesto estudar. o despertar das inseguranças e a preguicite aguda para o efeito contrariando o enorme desejo de fazer outras coisas. sei que se concretizar os meus objectivos ganho cinco meses de descanso absoluto. vale a pena um esforço suplementar. eu sei bem isso. mas apetece pouco. tenho, por vezes, saudades dos três anos em que deixei de estudar. era tão bom andar por aí.. fazer o que bem me apetecia. só que a (in)consciência pesava. doi-me a cabeça. a noite foi agradável: gravações do projecto f.r.e.i... aquele baixo está fantástico.
e o cais. uma nova canção. mondego. espero gravar a voz amanhã.
hoje voltei a cantar os sonhos falam. já tinha saudades.
(enquanto isso continuo à espera do regresso do iuri. todos sentimos muito a [tua] falta.)
ah, e cada vez gosto mais de "o amor é um fruto esquisito". mais uma canção em conjunto com o grande mário frei.
toranja. a descoberta da semana. conhecia apenas a fome (nesse sempre) da compilação da optimus e tinha gostado muito. falhei três concertos deles : vilar de mouros, por causa da chuva ; palco seis, porque já não estava em lisboa ; coimbra, há dias, porque cheguei atrasado. entre isso ouvi uma entrevista do vocalista que não me agradou particularmente. desiludiu-me um pouco, sobretudo porque me pareceu pouco natural.
na segunda à noite descobri alguns temas, por acaso, no audiogalaxy. são três canções, do concerto no palco seis: vem rastejar, a carta e teu mundo. muito bonitas, sobretudo a primeira. se a colagem do vocalista, quer na forma de cantar, quer nas letras, a jorge palma é evidente, isso acaba por não me desagradar. antes pelo contrário. gosto. gosto muito.
se as luzes se apagarem
eu não vou falar
quero desenhar
a tua aurora a nascer
no brilho de um cigarro
por acender
a luta prossegue,
os passos trocados
olhares desviados,
sombras mutantes
nada nos consola
nada nos desvenda
a voz quebrada
o pano azul
a tristeza no corpo
que viaja sem rumo
no murmúrio latejante
dos nossos dedos
se os sons adormecerem
tu não vais deixar
queres sonhar
com as palavras sem nexo
e a mancha de vinho
cúmplice na carícia
a dor inacessível
as memórias suspensas
gotas de chuva
na nossa saliva
nada nos consola
nada nos desvenda
arranhas-me o sono
despes-me ao respirar
acordas-me com uma frase
sem pontos finais
no silêncio cúmplice
das nossas chamas.
nada nos consola
nada nos desvenda
nada nos consome
nada nos segura
nada nos desmama
nada,
nada,
nada
nada (em mim).
desta vez o destino não se engasgou (és tudo para mim)
os pesadelos ocupam-te
no silêncio molhado
do meu corpo suado
carregado de insónias
as palavras que me cantas
são curtas, cruas
confere-me os passos
supera-me num toque
surpreende,
suspende-me
sopra em mim
a memória ausente
de uma nuvem rasgada
que me prende
a ti
desta vez
o destino não se engasgou
desta vez
o destino não nos enganou
não, não nos esmagou
vem-me abraçar (és tudo para mim)
vem-me sorrir (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
só para mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)
afoga-te em ervas mil
no rasto perdido
das minhas pegadas
na areia cálida
no crepúsculo
de um dia de verão
os nossos reflexos
no espelho
o banho que partilhamos
uma canção,
a nossa canção,
enquanto adormecemos
na varanda
o refúgio aflito
que me prende
a ti
desta vez
o destino não se engasgou
desta vez
o destino não nos enganou
não, não nos esmagou
vem-me beijar (és tudo para mim)
vem-me tocar (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
a sangrar por mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)
o amor come-nos
na alvorada dos nossos sóis
nada por fim
no fim, por mim
desta vez
o destino não se engasgou
desta vez
o destino não nos enganou
não, não nos esmagou
vem-me abraçar (és tudo para mim)
vem-me sorrir (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
só para mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)
vem-me beijar (és tudo para mim)
vem-me tocar (és tudo para mim)
quero-te aqui (és tudo para mim)
a sangrar por mim (és tudo para mim)
para te beber (és tudo para mim)