os filhos dos dias cinzentos. um quotidiano vazio. o mundo visto a partir de quartos fechados (virados para o mundo).
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:: sexta-feira, janeiro 10, 2003 ::

os teus cabelos sossegam sobre a minha almofada solitária. repara, há espaços por preencher. por encontrar. desfigura o negro com os pequenos movimentos assustados entremeados com a insónia vagarosa. um mísero filme francês a confundir o silêncio de cinza da caneta sobre o papel. amar-te sem te tocar, após o toque. por cada gesto teu, um olhar. o meu. fixo, preso à flor que me ausculta o peito. é tão incómodo não chorar com a agonia da partida, do fado de só te voltar a ver daqui a não sei quantos dias. absorver os minutos, os segundos como se fossem os últimos. o sofá pode ser a nossa morada, mas a persiana encerrada é nossa cúmplice na carne, no mel e no osso. as memórias deixaram de ser escassas. guardo-as no álbum das fotografias não tiradas, nas músicas que escutamos do primeiro beijo ao último murmúrio inviolável. porque é que um dia teremos que partir? porque não corro atrás de ti e do vento que nos escapa entre os dedos se é isso que quero? a próxima estação - o mar da praia que envolve os teus olhos lacrimosos. saudades de cada momento, de cada olhar teu, quando é meu. o teu cheiro no meu corpo e nos lençóis transmutados que segredam a densidade do amor. despidos sobre a luz ténue de uma lâmpada oculta sobre a mesa. o mover das tuas pálpebras. os teus lábios polposos e tudo o que quiseres, desde que não me deixes só com as fotografias. leva-me com o vento e com o som dos nossos passos sobre a calçada. fuma-me como a um cigarro, na certeza que as canções não mentem - falta aqui alguém, os ruídos são rosa e o amor ainda está cá.



:: rui 16:05 [+] ::




:: quarta-feira, janeiro 08, 2003 ::
nem todos os cigarros que apagamos tinham frio. nem todos os silêncios que nos estranham eram sentidos. a cama está fria à espera dos teus cigarros esquecidos, dos teus silêncios audíveis e de nós - frios sobre a cinza, sentidos na contemplação e despidos com a ausência. o fumo expande-se pela sala misteriosa, enquanto a janela intervalada na madrugada - serão talvez três da manhã - surpreende-nos: será mesmo um dia de inverno? a garrafa de porto revolve-se pelo chão, abandonada pelas horas sussurradas das viagens do corpo sobre o corpo. descanso na luz de uma meia rota. um estendal no acaso perpetuado. gosto de caminhar descalço e de ver os teus pés cruzarem-se com os meus ou a caminhar sobre a areia insonsa e o mar revolto - como nas fotografias envergonhadas - antecipando cenários que o lento passar dos dias confirmarão, com ou sem janelas abertas sobre o mundo torto. hoje as canções de amor fazem sentido. pelo menos hoje. amanhã - não, quem sabe.


:: rui 20:58 [+] ::